Fazer brinquedo das memórias | 2024
Manoel de Barros (1996) em Livro sobre nada, disse que queria "fazer brinquedo com as palavras", e foi nesse momento que entendi que o que eu queria era fazer brinquedo das memórias. Nós brincamos de revistar o passado, nos deparamos com todas aquelas peças soltas, todos aqueles fragmentos sejam imagens, histórias ou relatos – e brincamos. O recordar é ferramenta e instrumento, quanto mais peças possuímos mais peças somos capazes de possuir e maiores as construções desenvolvidas a partir disso. Cada lembrança é um tesouro pertencente à arqueologia do nosso passado, porém, o esquecimento também faz parte do que somos, a soma de vivências e ausências, aqui representada pelo deslocamento do trabalho, onde uma mesma obra passa a ocupar dois espaços distintos.